HEMATOLOGIA E HEMOTERAPIA - CRM 12406 - RQE 22.965

Dra Mireille Vaz de Campos

Cuido de pacientes com anemia, alterações no ferro e trombose.

O que significa ter ferritina elevada?

De 5,9% a 19% da população adulta saudável pode apresentar ferritina elevada, a depender do critério de corte, idade, sexo, etnia e presença de comorbidades metabólicas​.

💡 Primeiro: o que é ferritina?

A ferritina é uma proteína de armazenamento de ferro no nosso corpo. Ela fica como uma “reserva técnica”, armazenando o ferro dentro das células, especialmente no fígado, baço e medula óssea.


Mas atenção: ela também é uma proteína de fase aguda, ou seja, ela se eleva em situações inflamatórias (infecções, doenças crônicas, estresse metabólico etc), mesmo que o ferro esteja normal ou baixo!

🧪 E a tal saturação da transferrina?

Agora é que vem o pulo do gato.


A saturação da transferrina indica quanto ferro está circulando no sangue pronto para ser usado, ligado à proteína transferrina (que é como o “ônibus” que transporta o ferro no sangue).

Quando há ferritina alta:

  + Saturação baixa (abaixo de 15–20%): Provavelmente inflamação.
  + Saturação alta (acima de 45–50%): Aí sim, podemos estar falando de sobrecarga de ferro.

Então por que minha ferritina está alta?

Nesses casos é preciso avaliar o contexto!

Aqui vão os principais motivos de ferritina elevada:

  • Doenças inflamatórias crônicas (artrite reumatoide, lúpus, obesidade, síndrome metabólica)
    Infecções
  • Álcool em excesso
  • Doenças hepáticas
  • Síndrome da sobrecarga de ferro (hemocromatose)
  • Transfusões frequentes
  • Suplementação excessiva de ferro

🕵️‍♀️ Quando investigar ferritina alta?

🌟Entenda que nem toda ferritina alta precisa de investigação profunda, MAS aqui estão alguns sinais de alerta:

  • Ferritina elevada: > 300 ng/mL (homens e mulheres na pós-menopausa) ou > 200 ng/mL (mulheres pré-menopausa).
  • Saturação da transferrina persistentemente > 45–50%.
  • Sintomas como fadiga inexplicada, dores articulares, alteração hepática.
  • História familiar de hemocromatose ou cirrose não relacionada ao consumo de bebidas alcoólicas.
  • Exames de imagem mostrando acúmulo de ferro no fígado.

Se você se encaixa em algum desses pontos, vale a pena procurar um hematologista para investigar causas genéticas (como hemocromatose hereditária) ou causas secundárias.

📌 Em resumo:

Ferritina sozinha não fecha o diagnóstico.

É essencial avaliar o contexto clínico, a saturação da transferrina e outros marcadores.

Nem sempre é excesso de ferro! Pode ser inflamação, fígado sobrecarregado ou outros fatores.

Consulte seu médico!

Lembre-se, seu médico é a melhor fonte de orientação para o seu caso específico. Se você suspeita de anemia, não demore a procurar ajuda profissional. Um hematologista, especialista em doenças do sangue, pode fornecer o suporte e o tratamento necessários.

Esse texto faz parte de um blog de textos 

de orientações em saúde escrito pela 

Dra Mireille Guimarães Vaz de Campos

(médica Hematologista, CRM-GO 12406, RQE 22965).

 

Este texto não substitui a consulta médica detalhada 

e direcionada a um caso específico

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Você tem ferritina alta?

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